Caminhões na América do Norte (Canadá, México e Estados Unidos)
Já mencionei em posts anteriores sobre a qualidade dos caminhões circulando na América do Norte. Especialmente aqueles que possuem trânsito livre para os três países, Canadá, México e Estados Unidos graças ao NAFTA que é um Acordo trilateral que favorece e desburocratiza o comércio e a aduana entre eles. Relativamente, o nosso Mercosul foi inspirado nesse modelo.
Sob o aspecto da qualidade técnica propriamente explícita, não difere muito dos nossos modelos fabricados no Brasil. Possivelmente as marcas mais tradicionais até superem algum modelo diante dos Norte Americanos. A tecnologia de ponta aplicada nos caminhões são praticamente iguais em todos os países onde existam montadoras da marca. Além disso, muitas marcas famosas pertencem a um só grupo controlador que detém o controle mundial ou regional. Mas isso, é assunto para um post mais voltado à informações técnicas do que a Segurança especificamente. Em breve publicarei um panorama das fabricantes de caminhões pelos Cinco Continentes com as marcas e controladores. Por exemplo, não se vê caminhão Mercedes-Benz, Iveco ou Scania rodando normalmente na América do Norte, assim como no Brasil não se vê o Mack, Peterbilt, Western, Freightliner etc.
Imagem Volvo Truck USA
Retomando ao caso da América do Norte, dessa forma, seguindo os requisitos legais, cada país permite a entrada de um caminhão procedente de um dos outros dois muito rapidamente. É comum por exemplo, uma carreta com carga americana exportando para o Canadá passar pela barreira internacional em menos de meia hora.
Atualmente os despachantes antecedem as informações comerciais e de segurança preliminarmente à viagem e na chegada na entrada do país é como uma simples praça de pedágio e uma fiscalização por amostragem muito rápida.
Da mesma forma que as rotinas são rápidas de serem cumpridas, são extremamente rígidas quanto à legalidade e veracidade das informações prestadas. Se um motorista ou empresa burlar ou fraudar algum requisito é penalizado com uma espécie de castigo que suspende as facilidades de tramitação e entram para uma análise minuciosa dos critérios, quando não impedidos de atuarem por tempo determinado ou até definitivamente se houver envolvimento com tráfico de pessoas ou drogas.
Uma das particularidades que se destacam, principalmente nos Estados Unidos e Canadá, são as exigências pela qualidade dos veículos, independentemente se fazem ou não viagens internacionais. Mesmo uma carreta de transporte doméstico dentro dos Estados Unidos, é submetida à uma rigorosa inspeção anual que averigua uma série de itens fundamentais à segurança no trânsito.
Essa inspeção rigorosa é realizada por agentes policiais seguindo normas Federais estipuladas pelo FMCSA que é o órgão responsável pelo transporte Norte Americano. Algo como o nosso DNIT ligado ao Ministério da Infraestrutura.
As inspeções são classificadas em 8 categorias sendo a mais completa a anual. O veículo fica imobilizado junto a um posto de pesagem por cerca de 3 a 4 horas nessa inspeção. O policial vestido de macacão usa um carrinho de mecânico e munido de lanterna, luvas e EPIs entra por baixo dos veículos examinando detalhadamente os componentes da carreta e cavalo mecânico, seguindo um check-list.
As irregularidades encontradas são autuadas e multadas; conforme a gravidade podem ser sanadas no próprio local para poder prosseguir viagem. Caso contrário, o veículo é interditado e somente sai do local com guincho. Após sanar o problema, é apresentado em qualquer posto de fiscalização que uma nova vistoria libera o item e o veículo para transitar novamente.
A Inspeção Anual é muito rigorosa e segue um check-list conforme as tabelas abaixo (traduzidas e adaptadas). São 14 itens com os subitens que são avaliados. Essa Inspeção Anual não isenta das abordagens aleatórias ao longo de qualquer uma das muitas rodovias, tanto nos Estados Unidos como no Canadá e México.
Além da inspeção do veículo, também o motorista é avaliado quanto à sua regularização da habilitação, validade do exame de saúde e cursos complementares como o HAZMAT Endorsement, equivalente ao nosso MOPP (Movimentação Operacional de Produtos Perigosos).
Outra questão importante e recentemente aperfeiçoada nos Estados Unidos é o chamado HOS - Hours of Service que corresponde ao controle das horas trabalhadas.
Até um passado recente, esse controle era feito pelo próprio motorista através da marcação do diário de bordo, um Logbook feito à mão e auditado aleatoriamente pelos agentes de fiscalização (modelo abaixo)
Esse registro deveria constar as horas em repouso, dormindo no veículo, horas dirigindo, horas trabalhando apenas em curtas manobras ou supervisionando carregamentos e descarregamentos e quando fora de serviço.
Com a ocorrência de muitos acidentes devido a fadiga e sono, considerando as possíveis fraudes pelo registro manual, o Congresso Americano aprovou a introdução do ELD - Electronic Logging Devices (equipamento eletrônico de telemetria) que passou ser obrigatório desde dezembro de 2017. Existem algumas exceções quanto ao uso, tipo do veículo e raio de distância operacional, mas isso é detalhe que posso comentar conforme comentários que me solicitarem.
Como era de se esperar, houve muitos protestos e caravanas de motoristas que foram ao Washington DC protestar e pleitear o relaxamento dessa Lei porque eles alegaram perda de horas úteis para trabalhar e manter seus salários. Não adiantou, a Lei foi mantida e com isso muitos motoristas abandonaram a função abrindo inúmeras vagas no país.
Isso é um retrato de que nem tudo são flores no exercício da cidadania Norte Americana. As fraudes até então permitiam os jeitinhos e omissões e com isso aumentando os riscos de sérios acidentes.
Nos Estados Unidos ficou confirmado o máximo de 14 horas de serviço por dia sendo 11 dirigindo e três trabalhando apenas em manobras ou acompanhando carga e descarga, manutenção, abastecimento, lavagem, etc. ou movimentação até no máximo 10 km/h em pátios e oficinas. Há ainda exigência de 30 minutos de repouso no máximo até as primeiras 8 horas dirigindo, além de carga máxima de jornada semanal e descanso do período.
O ELD é instalado no veículo e conectado com GPS e link ao FMCSA que monitora automaticamente as violações de limites. As multas são automáticas e o motorista pode ter seu acesso ao Logbook eletrônico bloqueado até regularizar a penalização.
Nos quadros abaixo pode-se verificar a lista de verificações das inspeções anuais em caminhões e ônibus americanos.
CHECK LIST DA INSPEÇÃO ANUAL
Observe que praticamente nenhum componente vital escapa da auditoria. O rigor no controle da qualidade e segurança da frota norte americana é previsto muitos artigos e capítulos da Lei Federal e complementada por leis estaduais, alguns mais robustos e exigentes que a própria Federal, como é o caso da Califórnia, Geórgia, Carolina do Norte, etc.
No Brasil as vistorias de caminhões são feitas conforme regulamentos estaduais. Por exemplo na cidade São Paulo a vistoria anual deve ser renovada. Um detalhe é que essa vistoria tem mais ênfase nas questões ambientais, como emissões, vazamentos, resíduos etc. A parte mecânica não é rigorosa.
Operar carretas na América do Norte, em especial nos Estados Unidos não é assunto para amadores. A complexidade legal que possui regras diferentes em cada um dos 50 Estados e Porto Rico precisa de uma hábil gestão. Por exemplo, o comprimento do conjunto (cavalo + carreta) deixou de haver limites há mais de 30 anos. Isso favoreceu em muito a adoção dos cavalos mecânicos com cabine ampla e motor na frente. Assim o motorista dispõe de um verdadeiro apartamento com camas beliche, cozinha, escritório, impressora, micro-ondas, fogão, geladeira, tv e todo o conforto que chega a dispor de até uma mini sala de estar em algumas personalizações. Não importa o comprimento do cavalo, a Lei é benéfica.
Mas, ao mesmo tempo que os cavalos são longos, as carretas possuem limites máximos no comprimento, além de limites de peso bruto e dos eixos com Leis específicas em cada um dos Estados. Isso exige que um proprietário de uma carreta com 53´ (pés), mais ou menos 16,15 m verifique quais os limites para uma viagem interestadual. A mesma coisa para pesagens.
Exemplo prático: Uma carreta saindo de New Jersey para a Califórnia, vai transitar pelos seguintes estados e as respectivas limitações (em metros) nos 4.441 km;
New Jersey - 14,63
Pennsylvania - 16,15
West Virginia - 14,63
Ohio - 16,15
Indiana - 14,78
Illinois - 16,15
Missouri - 16,15
Oklahoma - 18,14
Texas - 17,98
New Mexico - 17,53
Arizona - 17,53
California - 14,63
Imagem fonte: Google Maps
Nesse caso o semirreboque não poderá ser maior que 14,63 m de comprimento ou obter um endorsement que é uma licença especial válida para uma viagem mediante prévio requerimento e pagamento de taxas.
Algo nesse sentido também com as balanças sobre peso máximo e por eixos. No Brasil gozamos de uma única Lei que regula um só parâmetro de comprimento e peso válido para qualquer estado.
OBTENÇÃO DA CNH PARA CAMINHÕES NOS ESTADOS UNIDOS.
Para ser habilitado para veículos comerciais, é necessário uma Habilitação chamada de CDL (Commercial Driver License) ou Licença para Motorista Profissional numa tradução livre. São três tipos de CDL as A, B e C conforme aplicações abaixo:
Alguns Estados emitem a categoria D para motoristas comerciais de veículos que não se enquadrem nas categorias das letras ABC.
O processo é bem amplo e exige muito do candidato, principalmente na prova prática onde o examinador acompanha o passo a passo do check pre trip ou inspeção antes de viagem.
Espero que tenham entendido esse mecanismo todo e que envolve muita segurança, tanto física como patrimonial. A propósito, para quem não conhece, o termo segurança em inglês possui duas traduções. Safety quando se tratar de segurança física, por exemplo evitar um acidente e Security quando abordar alguma coisa ligada com a preservação patrimonial ou governamental, contra crimes etc.
Para controle dos portos, aeroportos, terminais rodoviários e empresas de transportes é assunto do TSA Transportation Security Administration. Um contingente gigante que atua, por exemplo, nas inspeções dos documentos e pessoas que embarcam nos aeroportos. Controle do Raio X, revista, interrogatórios, vigilância de bagagens e tráfico de drogas.
EXAME PRÁTICO PARA MOTORISTA PROFISSIONAL NOS ESTADOS UNIDOS
A Etapa mais complexa do exame prático para obtenção da CNH Profissional nos Estados Unidos demanda cerca de 30 minutos que se inicia com uma inspeção do veículo na qual o candidato de posse de uma vareta vai reconhecendo as peças e equipamentos numa sequência lógica, dizendo o nome e a condição encontrada.
Nessa oportunidade deve dizer qual a peça ou conjunto, se está conforme, seguindo as regras abaixo. Após todo o check-list, inicia-se o acionamento do motor e efetua-se o percurso de direção. Isso tudo em inglês, mesmo para os nativos é um pouco desafiador pelos termos técnicos. Para quem não domina o inglês, é necessário tempo para decorar os nomes e não ser reprovado por falhas de comunicação.
SEQUÊNCIA DA PRÉ INSPEÇÃO
Conforme o tipo do componente, além de identificar qual é, deve constatar e apontar a mesma com a vareta dizendo o nome e que a mesma não apresenta problemas conforme a característica.
Para facilitar deve seguir e memorizar o esquema de verificação e dizer que não possui rachaduras, dobras ou quebras. Sempre que for componentes metálicos ou de superfície rígida.
Que está devidamente afixado e de forma segura quando for o caso, na maioria das vezes são. Exemplo: alternador etc.
Que não há abrasão, bolhas ou cortes, quando se tratar de borrachas.
Nos casos de mangueiras e dutos apontar ambas as conexões e dizer que não há vazamentos de óleo, ar ou fluidos.
Resumo
RDQ = Rachado, dobrado ou quebrado
PMS = Propriamente montado e seguro
APC = Abrasão, protuberâncias e cortes
Condições
Borracha – APC
Se for montado (a maioria é) – PMS
Se for metálico ou superfície rígida – RDQ
Fluidos ou ar – Sem vazamentos
Todos os tubos e mangueiras com conexões, deve demonstrar que estão perfeitos em ambas as pontas. Isso é mandatório.
INÍCIO DA INSPEÇÃO
OLHANDO DE FRENTE
· Examinar se há vazamentos sob o veículo visualmente
COMPARTIMENTO DO MOTOR
· Correia do alternador. Estado e tensão
· Mangueiras no lado direito do motor – Estado geral, conexões e vazamentos.
· Mangueiras no lado do motorista – Estado geral, conexões e vazamentos.
· Reservatório do líquido do radiador – Nível, fixação, marcas de danos.
· Correia e mangueiras da Bomba d’água – Estado geral
· Nível de óleo do motor (vareta de amostragem)
· Reservatório da Direção Hidráulica. Verificar mangueiras, vazamentos e estado geral.
· Polia do compressor de ar. Estado geral, correia e conexões.
· Caixa de Direção – Vazamentos, tubos e mangueiras.
· Coluna da Direção. Fixação nas cruzetas, terminais etc.
· Braço Pitman de Direção – Fixação, porcas, travas.
· Terminal de Direção – Fixação e travas
· Barra da Direção. Fixação segura, porcas e travas. Estado geral
· Porcas e ponteiras dos pivôs.
· Suporte das molas – Estado geral e fixação
· Lâminas das molas
· Prisioneiros das lâminas de molas Parafuso “U”
· Amortecedores. Vazamento, estado geral.
· Mangueira de freios – Estado geral, vazamentos e conexões
· Câmara de freio (Cuíca) – Vazamento de ar, danos gerais.
· Cilindro de freio – estado geral
· Tambor de freio – estado geral
· Lona ou pastilha de freio – desgaste, folga, danos.
· Aro de roda – sem rachadura, solda ou danos
· Porcas das rodas – Apertadas e sem danos.
· Tampa do cubo de rodas – presa e travada
· Pneu da direção – Sem cortes, danos e dentro do limite dos sulcos
LADO DO MOTORISTA E ÁREA DO ABASTECIMENTO
· Espelhos retrovisores – Devidamente montado, limpos e firmes.
· Portas do veículo. Fixadas, lubrificada e alinhada. Abre e fecha normalmente.
· Tanque de combustível bem fixado, sem vazamento e tampa firme e sem vazamentos.
· Sistema de exaustão. Livre, preso, sem corrosão, sem vazamentos.
· Cardam devidamente preso nas cruzetas, sem danos.
· Escada de acesso à cabine sem danos e desimpedida
· Chassis e travessas – sem danos e sem peças soltas ou raspando.
· Braço de torque do diferencial – fixação normal.
· Suporte de molas – fixação e sem danos.,
· Mola mestra dianteira. Estado geral.
· Parafuso U fixação da mola mestra. Apertado e sem folga ou danos.
· Amortecedores traseiros. Estado geral.
· Bolsa de ar da suspensão. Estado da borracha e danos.
· Mangueiras de freios traseiros.
· Câmara de ar (cuícas) traseiras.
· Tirante de freios traseiros.
· Tambor de freio traseiro.
· Lonas traseiras
· Aro de roda traseira
· Porcas das rodas traseiras
· Tampa do cubo de roda traseira
· Pneu da tração – desgastes, estado geral.
· Para barro instalado
· Espaço entre pneus duplos e sem objetos.
SISTEMA DE ACOPLAMENTO DO SEMIRREBOQUE
· Linha elétrica do cavalo para carreta. Sem fios soltos e presa em altura
· Linhas de ar para a carreta sem danos e livre com presilha
· Mão de Amigo com borracha de vedação e sem danos
· Base do pino rei na carreta. Sem danos ou empenamentos
· Face de apoio na Quinta Roda. Lubrificada e sem danos
· Folga entre a base do semirreboque e a quinta roda.
· Estado do pino rei
· Trava da quinta roda ativa
· Mesa da montagem da quinta roda sobre o chassis
· Parafusos de fixação da quinta roda
· Braço do desengate da quinta roda
· Trava do trilho de ajuste da distância da quinta roda sobre a mesa
· Espaço suficiente entre para barro do cavalo e a sapata de apoio da carreta
SEMIRREBOQUE
· Testeira (painel frontal) sem danos e perda de rebites
· Sistema de desengate funcionando sem danos
· Chassis da carreta
· Sistema de deslizamento da suspensão da carreta para ajuste de pesos
· Amortecedores da carreta
· Bolsas de ar dos freios da carreta
· Mangueira de freios da carreta
· Câmara de ar dos freios da carreta (cuícas)
· Braço dos freios catraca S da carreta
· Tambor de freios da carreta
· Lonas de freios da carreta
· Tampa do cubo de rodas da carreta
· Porcas e estado das rodas da carreta
· Pneus da carreta
· Para barros da carreta
· Folga entre pneus duplos da carreta
· Portas, dobradiça e fechadura da carreta
· Todas as luzes do conjunto
· Cintos de segurança, extintores, triângulos, fusíveis reserva.
· Bancos ajustados
ILUMINAÇÃO
Cinco posições de conferência
· Frente do cavalo mecânico
· Ambos os lados do veículo
· Traseira do cavalo mecânico
· Ambos os lados do semirreboque
· Traseira do semirreboque
As cinco ações são
· Seta da esquerda
· Seta da direita
· Pisca Alerta
· Farol alto / farol baixo
· Luz de freio
Ao iniciar a check de luzes dizer ao examinador que você vai conferir os seguintes itens.
· Luzes, refletores, fita refletiva da mesma forma;
· Todos fixados e seguros
· Não trincados, amassados ou quebrados
· Limpos e iluminados
· Nas cores corretas: âmbar na frente e vermelho na traseira.
Ligar o farol baixo e alto
Agora você deve dar a volta total do cavalo e do semirreboque apontando para as luzes informando a função e a localização de cada uma.
Você deve perguntar depois ao seu examinador se ele pode ajudar você nessas cinco funções.
Enquanto você está se sentando ao volante o examinador deverá ficar em frente ao veículo e depois atrás do semirreboque. Assim ele vai conferir o acionamento das setas, pisca alerta e luz de freio.
Você deve acionar cada uma das funções por vez.
ITENS A VERIFICAR DENTRO DA CABINE
Cintos de segurança: devidamente fixados na base, sem cortes ou desfiando com fivelas de ajustes perfeitas;
Equipamentos de emergência: extintores de incêndio adequadamente colocados no suporte, com data de validade e totalmente carregado.
Três triângulos de segurança vermelhos e o local onde ficam.
Fusíveis de reserva e o local onde ficam.
MOVIMENTANDO A CARRETA
Partida segura
Primeiramente coloque a alavanca em ponto morto e depois pressione totalmente a embreagem em veículos manuais. Se automáticos, na posição P e freio de estacionamento acionado.
· Coloque a chave de ignição em on ligando o contato.
· Conferir se a luz do ABS sinaliza on ou off.
· Dê a partida no motor.
· Voltímetro: informar que o alternador está sinalizando carga entre 13 e 14 volts.
· Indicador da pressão do óleo: se alcançou a faixa operacional, normalmente na cor verde.
· Indicador da temperatura do líquido de arrefecimento: se alcançou a faixa operacional, normalmente na cor verde.
· Indicador da pressão do ar: a pressão do ar deve cortar a alimentação ao atingir a pressão de serviço.
· Teste das buzinas: acionar no volante a buzina urbana e na cordinha a de estrada.
· Parabrisas e espelhos retrovisores: ambos devem estar limpos, sem rrincas ou quebrados nem alguma obstrução. Os espelhos devidamente ajustados.
· Limpador e lavador do parabrisas: demonstrar que a água é devidamente borrifada no parabrisas. Os limpadores devidamente fixados nos eixos sem danos e com as palhetas sem cortes ou desgastadas.
· Aquecedor e descongelante: demonstrar que ambos funcionam normalmente.
· Indicadores no painel: seta direita e esquerda, pisca-alerta, luz alta. Demonstrar o acionamento de cada um.
· Freio de estacionamento: aplicar o freio do semirreboque, desligar o freio do cavalo mecânico e movimentar bem devagar o cavalo à frente provando que a carreta está devidamente bloqueada. Em seguida aplique o freio de estacionamento do cavalo mecânico, libere o freio do semirreboque e avance à frente cuidadosamente. Não deverá mover-se devido o freio de estacionamento estar aplicado. Cuidado não deixar o motor morrer nesse teste. Basta o balanço normal do veículo, até para não provocar danos que podem quebrar um semieixo.
Feito isso dizer ao examinador que os testes dos freios de estacionamento foram feitos e agora vai realizar os testes de freios de serviço.
· Teste do freio de serviço
Desligar os freios de estacionamento do cavalo e do semirreboque. Inicie a movimentação em velocidade bem reduzida e aplique os freios de serviço até a parada total do veículo. Não esterçar nessa manobra de teste.
Dizer ao examinador que o veículo obedeceu à frenagem e não desviou para a esquerda ou direita na ação.
· Testes nos freios a ar comprimido
Existem três estágios para esse teste.
1. Teste de pressão aplicada
2. Alarme sonoro e de luz
3. Cavalo / Semirreboque válvula de proteção
· Aplicando teste de pressão do ar
Deixar o compressor encher o sistema até atingir a pressão do ar para o corte do regulador. Coloque o caminhão na marcha mais baixa. Em seguida, desligue o motor. Ligue imediatamente o motor novamente. Pressione as válvulas do cavalo mecânico e do trailer (isso irá liberar os freios de estacionamento). Empurre e segure o pedal do freio totalmente. Permita que os medidores se estabilizem.
Anuncie que os medidores se estabilizaram e o PSI Primário e Secundário. Com os freios totalmente pressionados, você não deve perder mais de 4 PSI em um minuto. Anuncie que você está prestando atenção em vazamentos de ar durante aquele minuto.
Anuncie que este teste foi bem-sucedido porque as válvulas do meu cavalo mecânico e do semirreboque funcionaram entre 40 e 20 PSI.
CIRCUITO AO VOLANTE
Feita a inspeção completa, se o examinador liberar, iniciar o circuito de ruas e rodovias pré-estabelecidos. Normalmente as escolas informam e praticam os circuitos, porém o examinador poderá modificar para encurtar ao alongar à medida que ele sentir a segurança ou hesitação do candidato.
De modo geral os examinadores são pacientes e tolerantes a erros simples, entendendo que muitos candidatos ficam nervosos nos testes. Ainda assim, se causar alguma violação grave como não parar onde há a sinalização ou semáforo, ameaçar outros motoristas ou pedestres ou ainda entrar numa contramão será sumariamente eliminado.
Além do percurso, são feitas manobras de estacionamento em marcha ré pela esquerda e pela direita (a mais difícil) em vagas com cones. Se derrubar ou atropelar um cone...Fim.
No mais, é estudar muito antes de marcar seu exame!
Para quem conhece o processo no Brasil, verá que a aprovação nos Estrados Unidos requer muitos estudos e conhecimento do caminhão para demonstrar ao examinador.
Os candidatos a motorista profissional devem obter inicialmente uma CNH provisória válida entre 6 a 12 meses, conforme o Estado emissor. De posse desse documento e aprovação prévia nos exames médico e teórico, poderão dirigir carretas ou caminhões desde que acompanhado por um motorista já habilitado em igual ou superior categoria pretendida.
Essa CNH provisória não permite dirigir carretas tanques, produtos perigosos, ônibus escolares e outros de riscos. O exame final poderá ser marcado apenas 14 dias após a emissão.
Qualquer reprovação anula todos eventuais exames aprovados. O processo todo deve ser recomeçado.
Imagem: CDL learner Class A - New Jersey
Espero que tenham compreendido basicamente o processo para se habilitar.
Agradeço pela leitura (e paciência) pela extensão do texto.
Até breve!
Thyrso Guilarducci
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